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Paris em Delícias
18 août 2009

Celina

Hoje encontrei Celina. Celina é uma amiga de muito tempo. Daquelas que se perdem e sempre voltam, sempre amigas, como se a última conversa tivesse sido ontem. A gente se conheceu em 97, numa outra Paris, povoada com outros personagens. E nós éramos outras Fabiana e Celina, apesar de ainda sermos um pouco delas. Hoje eu casei (de novo, pois na época nós duas éramos "casadas"), mas casei "de verdade". Tenho casa bonita e filho Ilios. Hoje, Celina quer se separar, ainda está casada (não mais com o mesmo), mas as coisas têm de mudar. Hoje, Celina está em Paris para uma residência artística. Um daqueles lugares legais à beça que te pagam pra você trabalhar, sabe? Não? Pois é, isso existe... Celina sempre foi artista. Uma artista daquelas que sabem dançar, sapatear, desenhar, fotografar, filmar. Uma daquelas pessoas que nascem em conflito com o que vêem, com o que ouvem, com o que sentem. Esse tipo de pessoa que cria labirintos na cabeça e belas formas no mundo.

celina

Pois é, a gente se encontrou hoje rapidinho, na saída do metrô Jourdain, às 16h, para uma conversa rápida, história de colocar a conversa em dia para aprofundar depois. Ilios veio no carrinho e ouviu tudo. Às vezes dizia umas frases, participava conscientemente das discussões. Às vezes nos deixava falar sozinhas. Fomos ao parque, fazia um calor seco, quase insuportável, daqueles que fazem você pensar num mergulho na praia. Ilios deu umas corridinhas, brincou, caçou e espantou pombos. A gente falou, falou, falou. Passamos numa boulangerie para comprar a "baguette tradition de Monsieur Ilios". Compramos refrigerante light bem gelado. E fomos falando, falando, falando... até que chegamos aqui em casa. A conversa chegou no ponto: "por que atraímos pessoas tão barra-pesadas, às vezes?" Pior: "por que nos sentimos atraídas por elas?" (nem sempre, alguns anos de análise podem ajudar a resolver tudo isso! Graças a deus!).Parece que continuamos com nossas conversas profundamente graves.O lado bom disso tudo é que o trabalho de Celina é um barato. Tem toda essa força que a gente encontra e desenvolve nas conversas. Essa força sobre a qual uma professora muito querida dizia:  isso é a Violência. Não é essa violência banalizada da qual falamos todos os dias, mas uma força enorme, profunda, positiva, amiga, irmã e sombra de toda arte. A conversa parou ali. Falamos de cinema, "é, em Paris, a gente pode ver um filme diferente por dia, há tantos cinemas...", Ilios já estava com fome, suado, sujo, qurendo tomar banho. Celina abriu a porta da sala e disse: "vou abrir, mas eu volto!" (eu não podia abrir a porta, Ilios no colo). Sim, volta, amiga.

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Commentaires
F
Isso é coisa nossa, né, Carol? Nós somos muito gente...
C
Gosto dessas constatações, dessas conversas de tempos depois, de retornos a lugares iguais com personagens diferentes, gosto de histórias de gente!
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