Quando entrar setembro...
Depois de longas e bem aproveitadas férias no Brasil, de volta a Paris.
O ano recomeça para os que aqui vivem e Ilios voltou à rotina casa-creche-pequenas saídas. Mas ele cresceu e hoje é capaz de traduzir em palavras, ainda que poucas, os sentimentos e as (primeiras) experiências da ordem da saudade. Vovó, titia Quel, a natação do tio Bebeto, o Campo de São Bento, ficaram lá atrás e são diariamente evocados, manhã e noite, pelo pequeno Ilios. Mas ele já avistou aviões no céu parisiense, encontrou alguns ventiladores aqui e acolá, avistou 'torres de luz', aprendeu a substituir urubus por pombos... O mais lindo foi que ele encontrou uma maneira (inesperada para nós) de exercer a brasilidade: Ilios tornou-se definitivamente bilíngue após o retorno à França. Seus olhinhos procuram "mamãiiii", no momento de falar da "baleia azul". E a mãe pergunta: 'E como você fala com papa?'. Ele para, pensa e diz: 'Papa... papa... la baleine... bleue!' E por aí vai... Ele integrou a diferença idiomática que o define, na busca de uma solução para a saudade. Sábio, não?